Como nos filmes, Como no cinema, Como deveria ser.
Deveria
ser um filme com final feliz, mas nunca é. É como uma espécie de encontro
combustivo, aonde é delirante e prazeroso o primeiro encontro, aonde há aquela química assustada entre o frio na barriga e a curiosidade pelo final do filme.
Deveria ser uma promessa pequena, mas com uma profundidade alojada no peito,
junto com a esperança. O filme começa, a gente se senta, não se ajeita, tem
medo de falhar, qualquer palavra dita mais alto, qualquer gesto mal calculado
pode arruinar a história. O gênero do filme ajuda, inspira, instiga, começa a
fazer suar frio. Os braços me mexem, o corpo se ajeita, os músculos esticam, estamos
abraçados. O suor aumenta, a ansiedade domina... O filme pouco importa, em que
parte estamos mesmo? De que gênero é mesmo este filme? É uma comédia, a sala
toda riu, menos eu, menos nós. Sozinhos no mesmo pensamento, que embora se
completem, são individuais, cada um com seu questionamento, mas com a mesma
finalidade: “Por que ele (a) não me beijou ainda? Será que não quer? Fui chata
(o)... Não nos veremos nunca mais...”
O silêncio é um sinal, mas quem vai se atrever a dizer, a se olhar, se entregar, se devorar... Então tudo acontece, a gente não se prende ao medo do “depois”, mas se agarra na esperança do momento durar para sempre. O beijo acaba, embora longamente demorado, mas acaba; o filme vai chegando ao fim, é a dúvida, é o medo, é agora a luz sobre dois rostos tímidos, que se conheceram, que não se olharam, mas que se sentiram, se pertenceram...
Não marcam um segundo encontro, deixam que tudo aconteça da forma como tem que ser, como deverá ser, um dia...Mas o filme acabou, aquela história se foi, não será nada mais que uma doce lembrança, como um filme, desses que você espera o ano todo para ir à estreia. Então a nossa despedida terá um final feliz, como nos filmes, como deveria ser...
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