Na maioria das vezes a gente nem percebe que quantas coisas são ditas antes de morrermos e quantas palavras são desperdiçadas, quantas frases vazias são jogadas ao vento e muitas vezes ferem alvos que sequer estavam na mira.
Ninguém sabe ao certo o que acontece com o nosso silêncio quando morremos, ou pra onde vão as palavras que já foram ditas. Ninguém sabe o que acontece com o silêncio ou se alguém já conseguiu interpretar o silêncio e entender que somos muito mais do que palavras. A gente se perde tanto em desculpas e motivos, criando problemas e procurando soluções. A gente passa por cima de tanta coisa e atropela momentos, não procura demonstrações, não sabe ao certo o que quer.
Será que realmente precisamos até das palavras na hora da morte pra consolar que ficou aqui? O que fazemos para mostrar que não há uma palavra no mundo capaz de traduzir o que passa dentro de um sentimentos e que mostramos o mesmo a quem queremos bem? Será que somos tão egoístas que até a nossa morte tem que ser sentida por uma publicação num mural e uma frase mal pensada? Porque é tão fácil dizer tanta coisa, porque é tão simples ofender, dizer, gritar ou simplesmente não dizer o que você achava certo por medo da resposta e depois, manda um livro em forma de SMS por medo de colocar a cara a tapa, por medo de tentar...
Até o dia do fim, o dia em que a morte vai nos calar para sempre, vai silenciar e levar junto com ela todas aquelas coisas que não fomos humanos o suficiente para dizer, para expressar e pior que isso é saber que quem ficou por aqui, só vai descobrir o que você realmente sentia por ela, através de uma carta, uma frase, um texto qualquer.
Eu separei algumas palavras para serem ditas no dia da minha morte, não é nada exclusivo, mas é real: "Daqui só levo o amor que cultivei dentro do peito, das pessoas que eu amo, não quero lágrimas. Lembre-se do que eu fiz e não do que eu disse.".