Há algumas semanas atrás me perguntaram porque eu havia
parado de escrever? Eu não pensei duas vezes antes de responder: Acho que não
tenho tido muita inspiração ultimamente, embora a felicidade seja uma
inspiração e tanto, o maior combustível da inspiração, é a tristeza...
Ai um dia acordei sem ter o chão onde pisar, como se
as colunas que sustentavam os meus sonhos tivessem sido envergadas numa fração
de segundos tudo viesse a baixo, sem se importar com o que destruiria. Eu não
vou agir hipocritamente e apontar culpados ou vítimas, sequer vou colocar um
sorriso em mim sendo que minha alma não pede. Até as maiores fortalezas tem uma
fresta, uma rachadura... E qualquer grande monumento corre o risco de cair a
qualquer momento, o mesmo se aplica para os nossos sonhos, os nossos planos...
Eu decidi voltar a escrever porque é como um diário
que você expõe não só porque alivia, mas uma forma de ajudar alguém, que
certamente em algum lugar está passando pelo o mesmo que você e busca alguma
forma de conforto e força, para recolher cada grão de poeira dos escombros para
recomeçar.
Eu tinha jurado a mim mesma que não exporia a minha
vida pessoal, mas não se trata somente de um sentimento ou uma opinião minha, é
uma série de fatores que compunham uma história. Dizer afirmativamente hoje que
estou bem ou que estou firme é muito difícil, mas estou seguindo, estou
caminhando como se deve ser. Eu não vou cuspir fogo e acusar erros que também
foram meus. A melhor forma de evoluir é assumir seus erros e refletir sobre
eles, e acima de tudo não errar mais. Em mim hoje, se encontram fragmentos de
todos os tipos de sentimentos possíveis sobre tudo, e principalmente sobre como
devo ser daqui pra frente. Nenhuma mudança de página é feliz, digamos que,
aceitável. A dor é como um bichinho peçonhento que fica de olhos arregalados
fixados em você e que aumenta cada vez que você também fixa nela, como uma
provocação, uma birra, no qual você determina se deve dar atenção ou não. De
fato isso não a fará desaparecer, mas aliviará a concentração de pensamentos ao
redor da dor. A gente nunca está preparada para o fim e isso é fato. Mas ele
existe, tudo o que é ‘pra sempre’ tem um fim. Um fim não, um ciclo. Um se encerra
para que outro possa chegar em nossas vidas. Por isso prefiro acreditar que
esse momento de ‘luto’ pelo falecimento do ‘amor’ é tão válido quanto qualquer
outro tipo de comemoração. Ele faz parte de mim e desse processo tão importante
de crescimento.
O que me consola, hoje? Um dia, rirei de tudo isso
sim, em Paris.
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