Todos.
Todos os dias eu me perguntava por quê. Todos os dias eu questionava a
injustiça. Em todas as minhas orações eu desejava mais um dia, mais um dia com
você. Em todos os cantos eu sentia a falta do seu silencio e da sua respiração.
Em todas as noites eu procurava pela sua feição no escuro, só pra te ver ouvir,
só ara te ver dormir. Em todas as frases eu procurava o meu erro. Em todas as
brigas eu procurava uma desculpava. Em todos os erros eu procurei conserto. Em
todos os motivos eu procurei uma solução. Em todos os beijos eu me procurava.
Em todas as vezes eu procurei a paz, a calma, o equilibro. Em todos os efeitos
eu procurava algo para me entorpecer. Em todos os empurrões eu procurei
disciplina pra você não me ver cair. Em todas as suas crises eu procurei
paciência para não fazer o pior. Em todas as brigas eu procurei não te mandar
por inferno com indelicadeza. Para todos eu fui perfeita, eu fui cretina, eu
pequei, eu menti, eu te assassinei!
Para todos eu arrisquei e meti a cara no seu
oceano de mentiras. Para os soldados dessa guerra, eu fui corajosa. Para os
padres, eu fui excomungada. Para as mães
eu fui tentar ser feliz. Para todos os atiradores de pedras, eu fui Judas,
Pilatos, a bruxa, a louca, a insana, a passional [...] Para a terra que assenta
o meu caminho, eu fui sábia, fui linda, fui louca, fui toda a vida dentro de
mim. Para todos os seus defeitos eu fui
errada, não fui o suficiente, não tive peito, não tive nível; faltou um
revolver para te mostrar a minha capacidade. Para todos os que viram, fui
protagonista, nos seus olhos, coadjuvante. Para os poetas fui malicia, desejo,
ela mesma.
Para todos os lá de cima, fui filha, ainda
sou, perdoada, sem rancores. Para todos os de lá de baixo, faltou crime, faltou vingança, faltou prazer.
Para todos os mesmos eu sempre fui o que meus olhos apresentam e você foi grão
de areia no meio do meu deserto...
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