Poderia
ser aquele carinha que estava na mesa da frente, ou aquele do meu lado no
ônibus, poderia ser aquele que me olhou e sorriu. Poderia ser um amigo, um ex
namorado, ou menino. Mas não eram, não estavam, não existiam. Então decidi vender o amor da
minha vida, aquele mesmo que ansiava o encontro e o abraço da espera, mas que
eu em fundo de subconsciente sabia que não existia.
Porque se apaixonar e amar de verdade não era
coisa para os fracos, nem para os fortes, tampouco para mim, era para aqueles
de coração aberto dispostos a se atraírem, a se perderem um no outro... Não pra
mim, pra quem sequer sabia aonde estava para poder se perder em outra pessoa.
Resolvi num ímpeto me livrar de algo que não me pertence, mas que pode fazer
alguém feliz. Olhei-me profundamente no espelho e fui tirando da minha
imaginação tudo aquilo que já não poderia mais conviver dentro de mim,
delicadamente foi se acumulando lembranças falsas e sonhos imprevisíveis e
outros cabíveis, numa caixa abaixo dos meus pés, também a caixa com todo o meu
sentimento de adeus, levei-a para fora e junto com um convidativo papel de
esperança anunciei: ‘Vende-se o amor da
minha vida’. Virei as costas, não disse ‘até logo’, não me
importei que o pegaria, olhei em frente; amores da vida, vão e vem o tempo
todo, em constante mudança, cada um a seu jeito e para cada situação. Amores e
amores para quem quer amar e para quem acredita que o amor não existe. Eu vendi
o meu, ou pelo menos o que eu acreditava encontrar, fiquei numa calmaria só
minha, a espera de qualquer pequeno sinal de surpresa que o destino poderia me
dar. Fiquei só comigo e com o valor adquirido. O amor da minha vida foi vendido
e em troca eu tinha ganhado um caminho lindo e cheio de incertezas...
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