Era
o meu maior medo envelhecer e não ter ninguém pra cuidar bem de mim. Então
pensei em engravidar. Ter filho cedo não era uma saída, era uma opção. Uma
incerteza de colocar um ser no mundo sem saber se ele iria ou não cuidar bem de
mim quando chegasse a minha vez de usar fraldas geriátricas.
O meu maior medo era envelhecer e não
conseguir suportar o peso do meu corpo nas minhas pernas e pedir companhia a
uma bengala ou andador. Era meu medo não conseguir cuidar bem de mim. Um medo de
não saber se fiz as minhas marcas valerem a pena e se eu olharia o mundo da
mesma forma como olho hoje. Uma insegurança próxima a incerteza de não saber
até quando viver e se viveria a sombra da solidão. A velhice virá, dará as mãos
pra mim e me ensinará a caminhar a passos mais lentos e cautelosos, amparados
por barram em todo canto da casa. Eu irei aprender a dormir mais cedo, e a TV
vai me entediar, vou querer tomar sol de manhã e quem sabe cultivar algumas
plantas pra viver cercada de flores. Vou acolher netos no colo e serei quem
sabe, a atração do natal.
A velhice virá, e junto com ela a incerteza
se alguém vai cuidar bem de mim, mesmo sabendo que, serei uma matriarca, mesmo
sabendo que dei origem a uma família toda e a toda uma história. Mas mesmo
assim, detestarei depender de alguém pra tudo, principalmente para me lembrar
que meu sistema imunológico precisa de remédios para não esclerosar. A velhice
vai me lembrar que não poderei ficar mais só em casa e que cada gesto será
observado por todos. Ela vai me lembrar que ficarei num hospital quando
preciso, pois já não sou a mesma e minha
saúde estará fragilizada, e que minhas mãos enrugadas voltarão a sentir medo e
precisarão de outra mão mais jovem ara mostrar a insegurança que perdi.
Cuida bem de mim Vida, cuida de quem te sentiu mais do que ninguém. E não castiga, porque se for pra envelhecer além do que penso, então que nunca falta quem me ame, pra cuidar bem de mim.
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