***Post de Aniversário***
Eu
guardei dentro de mim, engolido à seco, todo aquele desejo, aquela vontade. As
faíscas que me iluminavam.
Eu guardei escondido, enjaulado, coberto por
um veludo vermelho, a promíscua, que de dentro de mim nunca saiu. Eu comi
saudade, bebi paixão, vomitei saudades. Eu me larguei por inteira, embaixo de
você, no meio de nós dois, atropelada pela sua fúria.
Guardei a roupa da missa de domingo, preferi
ficar nua, não iria mais a igreja, não fui confessar os nossos pecados, não
honraria o vestido branco no altar, mas aqui dentro, imaculado, o que sentíamos
um pelo outro.
Eu guardei os julgamentos, seriamos apedrejados,
odiados, perseguidos, excomungados. Éramos nós e alguns pecados, sem fechar as
pernas, sem deixa-las abertas, apenas se prendendo com as pontas de pele entre
dois corpos sem destino, sem culpa, sem consequência.
Eu guardei as lembranças, as respirações e
até mesmo o que eu não consegui ouvir. Guardei o meu grito engasgado com vontade
de dizer que te pertenço, que não me acho em outro lugar a não ser nos seus
braços, no seu meio, nas suas coxas, no seu coração.
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