Eu
coloquei flores de pedras sobre a nossa cama aonde me fiz em você pela primeira
vez. Eu coloquei flores de pedras para não nos machucarmos com os espinhos. Eu
preparei um pouco de mim para caber em você, para fazer em você, dentro de mim.
Eu coloquei um pouco de vento para sentir
um pouco mais, pro tempo parar rápido demais, a ponto de não perceber, pro
barulho contrastar com o que eu respirava, ou tentava respirar, com o que eu
sentia e queria mais. Eu coloquei um
pouco de sol para dar a impressão de
calor, mais quente do que estava, mais molhado do que parecia, mais ardente do
que podia, mais intenso e lindo como poderia ser.
Eu coloquei flores de pedras sobre o seu
corpo, com o intuito de te desenhar, de te guardar para sempre ali, tão perto
de mim, tão detalhado no que me pertencia e que por detalhes miúdos me
completava, me cedia, me amava, me mordia.
Eu coloquei pétalas de flores para te
sentir, pra te encaixar tão perfeitamente em mim a ponto de parecer uma coisa
só, um abstrato com cores lindas, como uma aurora boreal brilhando no escuro,
no silêncio com o ofegar do vendo que cabia ali, entre nós dois.
Coloquei flores de pedras entre meus
seios, como forma de amor. Como um pedido de: “Nunca me deixe ir”. Como a
promessa de ficar para sempre. Porque flores de pedras são eternas, resistentes
e mesmo com tanta aparência de frieza, são belas, como coube dentro de nós,
como coube o nosso amor, como nos coube em um encaixe maléfico de perfeição.
Como deveria ser.
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