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20 de dez. de 2012

A Vida Jogando Amarelinha


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E a vida segue jogando amarelinha, com o intuito de fazer a pedrinha cair sempre no céu e nunca no inferno. A vida joga sua pedrinha e vai com um pé só subindo e descendo até alcançar seu objetivo. A vida vai seguindo, como um joguinho infantil rabiscado no asfalto com giz de cera.
 E nós, vamos pulando, com um pé só, mantenho o equilíbrio, a paciência, a fé. E vamos nós, não com a intenção de ganhar, mas na ânsia de nos divertir, se sentir, de cansar até faltar fôlego. A vida é mesmo como uma amarelinha, quem sabe curtir o que é bom, sabe jogar... Mas hoje, justo hoje, falta rua pra desenhar uma amarelinha, falta amigos pra jogar a pedrinha, falta vontade de brincar de ir do inferno ao céu. Falta criança no peito, falta infância no espírito. Falta vida pra fazer amarelinha.
 A vida continua jogando amarelinha e a gente vai se esquecendo de como se faz, de como é bom. Dos números mal escritos, com letrinha de garrancho, com o giz falhado pela batida do pé no chão. A vida vai seguindo, deixando na sua mão uma pedrinha e um giz, mostrando caminhos para desenhar, nos convidando a brincar, perguntando se ainda sabemos jogar amarelinha, ou se queremos aprender...

16 de dez. de 2012

Cuida Bem de Mim.


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Era o meu maior medo envelhecer e não ter ninguém pra cuidar bem de mim. Então pensei em engravidar. Ter filho cedo não era uma saída, era uma opção. Uma incerteza de colocar um ser no mundo sem saber se ele iria ou não cuidar bem de mim quando chegasse a minha vez de usar fraldas geriátricas.
  O meu maior medo era envelhecer e não conseguir suportar o peso do meu corpo nas minhas pernas e pedir companhia a uma bengala ou andador. Era meu medo não conseguir cuidar bem de mim. Um medo de não saber se fiz as minhas marcas valerem a pena e se eu olharia o mundo da mesma forma como olho hoje. Uma insegurança próxima a incerteza de não saber até quando viver e se viveria a sombra da solidão. A velhice virá, dará as mãos pra mim e me ensinará a caminhar a passos mais lentos e cautelosos, amparados por barram em todo canto da casa. Eu irei aprender a dormir mais cedo, e a TV vai me entediar, vou querer tomar sol de manhã e quem sabe cultivar algumas plantas pra viver cercada de flores. Vou acolher netos no colo e serei quem sabe, a atração do natal.
    A velhice virá, e junto com ela a incerteza se alguém vai cuidar bem de mim, mesmo sabendo que, serei uma matriarca, mesmo sabendo que dei origem a uma família toda e a toda uma história. Mas mesmo assim, detestarei depender de alguém pra tudo, principalmente para me lembrar que meu sistema imunológico precisa de remédios para não esclerosar. A velhice vai me lembrar que não poderei ficar mais só em casa e que cada gesto será observado por todos. Ela vai me lembrar que ficarei num hospital quando preciso,  pois já não sou a mesma e minha saúde estará fragilizada, e que minhas mãos enrugadas voltarão a sentir medo e precisarão de outra mão mais jovem ara mostrar a insegurança que perdi.
   Cuida bem de mim Vida, cuida de quem te sentiu mais do que ninguém. E não castiga, porque se for pra envelhecer além do que penso, então que nunca falta quem me ame, pra cuidar bem de mim.




10 de dez. de 2012

Flores de Pedras.


Eu coloquei flores de pedras sobre a nossa cama aonde me fiz em você pela primeira vez. Eu coloquei flores de pedras para não nos machucarmos com os espinhos. Eu preparei um pouco de mim para caber em você, para fazer em você, dentro de mim.
Dis_colored_leaves_by_h0ll0w25-d5fmeni_large    Eu coloquei um pouco de vento para sentir um pouco mais, pro tempo parar rápido demais, a ponto de não perceber, pro barulho contrastar com o que eu respirava, ou tentava respirar, com o que eu sentia e queria mais.   Eu coloquei um pouco de sol para dar a  impressão de calor, mais quente do que estava, mais molhado do que parecia, mais ardente do que podia, mais intenso e lindo como poderia ser.
     Eu coloquei flores de pedras sobre o seu corpo, com o intuito de te desenhar, de te guardar para sempre ali, tão perto de mim, tão detalhado no que me pertencia e que por detalhes miúdos me completava, me cedia, me amava, me mordia.
      Eu coloquei pétalas de flores para te sentir, pra te encaixar tão perfeitamente em mim a ponto de parecer uma coisa só, um abstrato com cores lindas, como uma aurora boreal brilhando no escuro, no silêncio com o ofegar do vendo que cabia ali, entre nós dois.
     Coloquei flores de pedras entre meus seios, como forma de amor. Como um pedido de: “Nunca me deixe ir”. Como a promessa de ficar para sempre. Porque flores de pedras são eternas, resistentes e mesmo com tanta aparência de frieza, são belas, como coube dentro de nós, como coube o nosso amor, como nos coube em um encaixe maléfico de perfeição. Como deveria ser.

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4 de dez. de 2012

Nós & Alguns Pecados.



                                       ***Post de Aniversário***


   Eu guardei dentro de mim, engolido à seco, todo aquele desejo, aquela vontade. As faíscas que me iluminavam.
 Eu guardei escondido, enjaulado, coberto por um veludo vermelho, a promíscua, que de dentro de mim nunca saiu. Eu comi saudade, bebi paixão, vomitei saudades. Eu me larguei por inteira, embaixo de você, no meio de nós dois, atropelada pela sua fúria.
   Guardei a roupa da missa de domingo, preferi ficar nua, não iria mais a igreja, não fui confessar os nossos pecados, não honraria o vestido branco no altar, mas aqui dentro, imaculado, o que sentíamos um pelo outro.
    Eu guardei os julgamentos, seriamos apedrejados, odiados, perseguidos, excomungados. Éramos nós e alguns pecados, sem fechar as pernas, sem deixa-las abertas, apenas se prendendo com as pontas de pele entre dois corpos sem destino, sem culpa, sem consequência.
     Eu guardei as lembranças, as respirações e até mesmo o que eu não consegui ouvir. Guardei o meu grito engasgado com vontade de dizer que te pertenço, que não me acho em outro lugar a não ser nos seus braços, no seu meio, nas suas coxas, no seu coração.
   Eu guardei meus sonhos, troquei meus medos, libertei meus instintos, fui além, fui sua, fui feliz.